Aula Missiologia Parte 1
UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA DE MISSÕES
Prof.: Ev. Cleber Renato
IBAD – Núcleo Uberaba
INTRODUÇÃO
A
razão de ser
e existir da
Igreja, além de
glorificar a Deus, é
levar a Palavra
do Senhor a
todo o mundo.
O Evangelhode Jesus,
através da igreja,
alcança todas as
pessoas sem distinção.
A Bíblia: Manual de Missões
O Aprendizado em Missões através
da Bíblia
Missões no século I a X
Missões no século XI a IX
Missões no Século XX
A BÍBLIA: MANUAL DE MISSÕES
A
Bíblia mostra, em
João (3.16), que
“Deus amou o
mundo de tal maneira
que deu o
seu Filho unigênito,
para que todo aquele
que nele crê
não pereça, mas
tenha a vida
eterna” .
O
objetivo eterno do
Senhor é salvar
a humanidade e para
isso não poupou o seu próprio Filho. Essas
palavras provam para
todos que Missões
não são produto do
coração humano, não
vem do homem
em primeiro plano, mas vem do coração de Deus.
Missões são
a demonstração do
grande amor de Deus
pela humanidade. A Palavra do
Senhor nos torna
cientes de que
o objetivo primordial da
Trindade é a
redenção da humanidade
e que a obra
missionária é o
canal para o
cumprimento desse plano de
resgate.
Em toda
a Bíblia, seja
de maneira direta
ou indireta, nos deparamos com Missões. Missões é isso,
anunciar ao mundo essa verdade: Jesus veio ao mundo para que os homens fossem
salvos por Ele, livres da condenação do pecado, do medo da
morte, do inferno e do domínio de
Satanás.
A Bíblia é o Manual de Missões
que Apresenta o Plano Redentor de Deus,
Deus quer salvar
a todos, por
isso a palavra
de ordem na Bíblia
sagrada é “anunciai
a salvação do Senhor” .
No Novo
Testamento, esse trabalho
de comunicar a salvação
é chamado de
Evangelho, Boas-Novas, que devem
ser levadas a
todas as tribos,
raças e nações sobre a face da Terra.
Apresentamos a seguir
a visão Vetero
e Neotestamentária.
Os Dois Testamentos Apontam Para
Missões
Missões no Antigo Testamento
Abraão: depois de algum tempo, o
Altíssimo escolhe um homem, separa-o para a sua obra e o envia para terras que
ele não conhecia. Inicia-se a saga de um grande vulto da Antiguidade, Abraão, o
amigo de Deus. A este fora feita uma promessa de cunho missionário, pois
através dele seriam benditas todas as famílias da terra.
Israel: Deus
separa para si um povo
e através dele dá
testemunho em toda
a terra do seu
poder, de sua bondade e de sua justiça. Uma
nação levantada para
ser referencial para as
demais, para ser
uma bênção e difundir o conhecimento de Jeová sobre a
face da terra.
Isso também é Missões.
Davi: rei,
soberano em Israel.
Davi era conquistador,
sua fama correu por toda a terra. Através dele
os reis da
terra souberam que
o Senhor é o
Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Há uma pausa
na história da
vida de Davi
em que é mencionada
sua relação direta
com o plano
redentor de Deus; através
dele viria o salvador que
reinaria para sempre.
Poéticos: todos
os livros inspirados
fazem menção ao
Messias salvador . Jó fala do redentor que se levantará sobre a terra;
os Salmos cantam o triunfo do Messias e a salvação do Senhor; Provérbios
e Eclesiastes falam
do temor ao
Senhor como princípio da sabedoria; Cantares, embora
apresente o relacionamento de um homem e de uma mulher literalmente, apresenta
a força de uma união baseada no amor verdadeiro
e é esse
amor que o
Senhor tem pela humanidade.
Profetas: proclamam
abertamente a vinda
do Messias, seu trabalho, seu sofrimento e sua
vitória. Há menção profética até mesmo
do local de seu nascimento. Os profetas
apresentam o Messias que virá para salvar e libertar.
Missões no Novo Testamento
Depois de
um longo período
de aproximadamente 400 anos,
chamado de período
intertestamentário, a
Palavra de Deus
se cumpre e
aparece no cenário humano:
O
Filho de Deus,
Jesus Cristo. Ele
veio para a
missão de salvar a humanidade. O
desenvolvimento de seu
trabalho se dá da
seguinte forma:
Ministério: nos
evangelhos, Jesus é o exemplo maior . Ele está presente em cada
livro da Bíblia, mas somente os quatro
Evangelhos revelam sua
vida e ministério e
o reconhecem como
o cumprimento das promessas de
Deus.
A
Cruz: cumpriu todas
as coisas e
foi até o
Gólgota e lá entregou
sua vida pela
humanidade; todos que nele
cressem não mais
temeriam a morte,
mas andariam em novidade de vida.
Ressurreição: ao
terceiro dia ressuscitou, apareceu aos
discípulos e depois
a centenas deles pelo espaço de
40 dias. Deixou, antes de subir ao céu,
uma tarefa para
os seus seguidores: anunciem
em todo o
mundo que a salvação é chegada.
Atos: vislumbramos
um povo separado
para a obra de
Deus, cheio do
poder e ousadia. Pessoas simples
que iriam impactar
o mundo com o poder do Cristo
ressurreto.
Cartas e
Tratados: os escritos
de Paulo e
de outros apóstolos e
discípulos são tratados
teológicos e apresentam, da
mesma maneira, o
plano de salvação e o que fazer
para alcançá-la.
Apocalipse: o
desfecho final. O
Cordeiro vitorioso tem todo
poder no céu
e na terra.
Todos os reinos caíram
diante dele, toda
a terra tremerá,
pois Ele desceu para reinar e com
Ele os salvos.
Anteriormente asseveramos
que a Bíblia
é considerada um
manual de missões; de
fato é, pois
nela encontramos subsídios
valiosos para o sucesso na obra
de evangelização mundial. Por isso,
neste capítulo, num
primeiro momento apresentaremos o que ela nos ensina em relação ao amor e
compaixão pela obra; a responsabilidade de cumprir o “Ide” de Jesus; a ação do
Espírito Santo na obra de Evangelização; a diretriz e estratégias para a
realização do trabalho; a
importância da preparação
de obreiros para
a seara e
o exemplo dos discípulos como
missionários.
O APRENDIZADO EM MISSÕES ATRAVÉS DA BÍBLIA
Através da
Bíblia, aprendemos como
deve ser realizada a
obra de Deus,
de que maneira
podemos ser instrumentos de
Deus para mudar
situações e levar vidas ao Senhor
Jesus Cristo. Alguns pontos devem ser observados.
O Evangelho: Norteador do
Trabalho Missionário
1. Amor e Compaixão por Missões
O
maior exemplo de
amor missionário é
o do próprio
Senhor Jesus que se
entregou por todos.
Jesus amou tanto
que mesmo pregado na
cruz olhou para
seus inimigos e lhes
perdoou. Na evangelização
mundial, se não
houver compaixão e amor
verdadeiro, ela será
infrutífera, pois no
trabalho missionário as
retaliações são intensas e desestimulantes; mas
a vontade de
levar o conhecimento
da verdade deve sobrepujar tudo
isso. O missionário
deverá entender que sempre haverá dificuldades, angústias e
perseguições. O amor
cristão é evidenciado
quando se renuncia
a uma vida de
conforto e tranquilidade
para se dedicar
aos perdidos da terra.
2. A Responsabilidade de Cumprir
o “Ide” de Jesus
Quando estava
aqui na terra,
Jesus cumpriu a
tarefa que veio realizar,
porém a obra
continuaria até levar
a mensagem de salvação a todo mundo.
Essa tarefa de
levar as Boas-Novas
pertence aos salvos. Jesus
disse que os
seus servos fariam
obras maiores dos que
Ele fez aqui
na terra, pois
subiria para o Pai,
mas os que ficassem seriam instrumentos
de Deus para propagação do Evangelho. A ordem
do Senhor é
para o crente
ir por todo o
mundo e pregar o Evangelho a todos. Essa
responsabilidade é da
igreja, e ela
se cumpre através do trabalho
missionário.
3. O Espírito Santo e Missões
O
marco da ação
do Espírito está
no livro de
Atos. Jesus, antes de
ser assunto ao céu, fez
uma promessa aos
discípulos, que está registrada
em Atos (1.8):
“Mas recebereis
poder, ao descer
sobre vós o
Espírito Santo, e ser-me-eis
testemunhas, tanto em
Jerusalém, como em
toda a Judeia e Samaria, e até os
confins da terra. ” A Palavra
de ordem é
“Ir”, a garantia
do sucesso está
na presença do Senhor
Jesus no meio
da Igreja e
isso é possível pela
ação do Espírito
Santo de Deus
que se tornou
agente de Cristo.
Trabalho Missionário
Vejamos como o Espirito Santo
age:
Fonte de
Poder: Enquanto Jesus
Subia, o Espírito
Santo descia e em
seguida a igreja
saiu a campo
para ser instrumento
de resgate dos perdidos da
terra. Portanto, a
obra missionária depende
da vida espiritual.
Podemos listar alguns exemplos:
Avivamento Morávio,
Os irmãos Weslley ,
Hudson Taylor na China,
Moody em Chicago,
Jonathas Edwards
que trabalhou nos
Estados Unidos, principalmente
entre os índios,
Daniel Berg
e Gunnar Vingren,
que vieram para
o Brasil e fundaram
a Assembleia de
Deus, e tantos
outros que foram instrumentos de Deus através de grandes
avivamentos.
Espirito Santo
Preside a
Igreja: A Bíblia
é clara quando
apresenta a ação
do Espírito nas decisões
da igreja do
primeiro século. Quando
os crentes se reuniam
para discutir sobre
qualquer questão, Ele
dava a diretriz.
É comum vermos a frase: “e pareceu bem ao Espírito Santo”. Ele Separa
Obreiros: Estavam todos
reunidos em Antioquia
da Síria, buscando a
Deus em oração,
consagrando as suas
vidas e de
repente o Espírito Santo
disse para que
fossem separados Paulo
e Barnabé para uma obra
específica (At 13.1,2).
O
Espírito direciona o
Trabalho: O Apóstolo
Paulo teve o
desejo de partir para
a Bitínia, a
fim de evangelizar
naquela localidade, porém foi
impedido pelo Espírito
Santo. Depois disso,
teve a visão
de um homem da
Macedônia que pedia
ajuda e ao
tomar a decisão
de ir, não foi
impedido. Para fazer
Missões, precisamos aprender
a ouvir a voz do Espírito.
Ele Convence o Pecador: A Bíblia
diz que ninguém se converte se não pelo
Espírito. É Ele quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo.
Estratégias Missionárias
Por isso,
as estratégias utilizadas
pela igreja primitiva devem
ser adaptadas para
a realidade atual. Jesus se
misturava com o
povo, tocava nas
pessoas, parava para ouvi-las e socorrê-las. O
apóstolo Paulo, ao chegar a
algum lugar, procurava sempre
os grandes centros
para, a partir deles,
estender o trabalho
para localidades menores.
5. Preparação de Obreiros
Observamos na
Palavra de Deus,
em especial nas
cartas paulinas, orientações acerca
do trabalho dos
obreiros e a maneira como devem se comportar no meio em
que vivem. Há instruções para o pastoreio,
conduta cristã, como defender
a fé perante
os incrédulos e
resistir aos ataques de dentro da própria igreja.
Isso quer dizer
que, na obra
missionária, apesar de
todo estudo e preparação
técnica, a melhor
maneira de tratar com
os problemas que
surgem é buscar
auxílio na Bíblia sagrada.
6. O Exemplo dos Servos de Jesus
da Igreja Primitiva em Missões.
Apóstolo Paulo
Apóstolo Pedro
Timóteo
O Alcance Mundial da Obra
Missionária
Em Atos
(1.8), Jesus disse
aos discípulos que receberiam o poder quando o Espírito
viesse até eles. O objetivo desse
derramamento era que
deveriam ser testemunhas de
Cristo em Jerusalém,
Judeia, Samaria, e até nos
confins da terra. O que se
observa, nesses versículos,
é o termo
“tanto em” e “como
em”, o qual
chamamos de Teologia
do “tanto como”, ou
seja, o Evangelho
deveria ser pregado em todos esses lugares ao mesmo
tempo, obviamente em proporções
diferentes, isto quer
dizer que não se
pode ficar preso
a um só tipo de trabalho;
é necessário fazer algo
para que outras
frentes sejam abertas e outros
lugares sejam alcançados.
Podemos dividir a
obra missionária da
seguinte maneira:
Missões Domésticas,
Transculturais, Estrangeiras,
Organizadas e Independentes.
a) Missões
Domésticas: é um
trabalho missionário
desenvolvido no país
de origem atingindo
grupo social ou étnico
que ainda não
foi evangelizado ou
populações carentes de difícil acesso. Um tipo
de trabalho que
não deve ser
relegado a segundo plano, pois há ainda muito por fazer
em nosso país. Geralmente quando se fala em
missões, logo vem
à mente países da África, Ásia e
outros da América do Sul. Missões
são para o
mundo todo, para
os que estão
perto, bem no nosso quintal, e para os que estão longe.
Missões Transculturais: como
o próprio nome indica,
vão além das
fronteiras culturais; nesse aspecto, não
se restringe somente
a outros países, embora a maioria do trabalho seja
realizada fora. No próprio país
de origem há
com certeza grupos que
mantêm culturas diferentes,
sendo assim, esse tipo
de missões pode
ser realizado tanto
fora do país quanto dentro dele
mesmo.
Como exemplo,
podemos citar o
trabalho missionário entre os índios do Brasil.
Missões Estrangeiras:
especificamente é um trabalho
de Evangelização realizado fora
do país,
vai além fronteiras. Missões
Organizadas: tudo é
feito por fé,
porém com organização e cuidado. O
missionário é enviado
de maneira correta,
com sustento adequado. Geralmente é mantido por uma agência ou
departamento de missões
que atua em conjunto
com as igrejas
que repassam fundos
de ajuda para manter a obra missionária.
Missões Independentes: a
responsabilidade do trabalho
recai totalmente sobre o
próprio missionário. Ele
não é enviado
por ninguém (ministério
ou igreja), seu
sustento não é
organizado, depende de ajuda
de voluntários que
arrecadam dinheiro entre
si para enviar a ele onde estiver trabalhando.
Não é
um modelo bom
de ser copiado,
pois abre espaço
para muitos aventureiros ou
para aqueles que
querem galgar cargos
e títulos eclesiásticos, usando o
campo missionário para tal fim. O
obreiro vai para
algum país com
recursos próprios, permanece
lá no máximo três
meses, e, ao
retornar, tem status
de missionário e quer logo ser consagrado a pastor e ser
mantido pela igreja. Outro fator negativo é que não está vinculado a ministério
algum, age sozinho, sem ter
que dar satisfações
a ninguém. Pode
ser feito, mas deve-se ter cuidado para que não tenha
motivações erradas.
A
História Bíblica nos
relata que após
a ascensão de Cristo,
os discípulos, cheios
do Espírito Santo, começaram a
pregar o Evangelho
e multidões de pessoas,
principalmente os judeus,
se convertiam e passavam
a integrar aquele
grupo que crescia
de maneira assustadora. Esses discípulos
enfrentaram perseguições de
todo tipo, mas não
recuaram e pela
sua ousadia, até o ano 60
a.D., aquele pequeno
grupo se tornou
um instrumento para levar
o Evangelho por
todo o mundo conhecido da época.
Fonte: Slides do IBAD Matéria Missionlogia
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